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Educação empreendedora em diferentes níveis de ensino?

Crianças e adolescentes devem ter lições de empreendedorismo nas escolas? Claro que sim. Muitos especialistas defendem que esse não é um tema exclusivo de gente grande. A cada dia, mais países adotam a educação empreendedora formal desde a infância, como estratégia de desenvolvimento.

A Europa tem investido pesado no empreendedorismo como fator decisivo de competitividade, inserindo o tema em todos os níveis educacionais. Uma pesquisa realizada em 31 países comprovou que a educação empreendedora é realidade em grande parte das escolas de níveis primário, secundário e superior.

Essas escolas desenvolvem atividades diversas com seus alunos, como por exemplo, parcerias com empresas para debate sobre inovações e criação de incubadoras, capacitação de professores sobre empreendedorismo e criação de empresas fictícias.

No Brasil, o tema vem ganhando adeptos, mas as ações ainda são discretas e, muitas vezes, limitadas às escolas particulares.

Mas o que é empreendedorismo?

educação empreendedora

Muitas pessoas pensam em empreendedorismo como sinônimo de abertura de empresas que crescem e enriquecem. Mas existem aqui dois grandes equívocos.

Primeiro, o termo empreendedorismo é muito mais amplo. O dicionário Aurélio descreve empreendedorismo como “vocação, aptidão ou habilidade de desconstruir, de gerenciar e de desenvolver projetos, atividades ou negócios”.

É claro que essas habilidades são essenciais para sobrevivência de uma empresa. No entanto, são valiosas também para o profissional liberal, para os projetos governamentais e até no gerenciamento do lar…

Então, empreendedora é aquela pessoa visionária, segura, líder e inspiradora. Seja ela o dono da empresa, um empregado, um profissional autônomo, um servidor público ou a dona de casa etc.

Daí a importância de começar a educação empreendedora bem cedo, mantendo-a nos diferentes níveis de ensino.

Empreendedorismo versus Sucesso

O segundo equívoco é associar, sempre, o empreendedorismo com sucesso. Isso nem sempre acontece. Em vários países, incluindo o Brasil, é grande o número de empresas que não chegam a comemorar os primeiros anos de vida.

Cerca de 25% das pequenas e médias empresas brasileiras encerram suas atividades com apenas dois anos de vida. E segundo dados do IBGE, 50% fecham nos primeiros 4 anos.

A culpa não é das estrelas e nem somente do governo, com sua burocracia e tributação pesada. Falta criatividade. Falta competitividade. Falta gerenciamento. Enfim, sobra vontade mas falta muito conhecimento básico para manter uma empresa rentável.

Aqui, então, está outro bom motivo para começar a educação empreendedora ainda na infância.

Educação empreendedora e desenvolvimento

Como já foi dito, abertura de empresas não significa sucesso e nem desenvolvimento. Veja o caso do Brasil, que tem muita gente empreendendo e fracassando, na maioria das vezes, por despreparo.

Esse quadro não ajuda o país. É péssimo para a economia, para a reputação dos nossos empreendedores e, também, para a autoestima desse pessoal que não consegue alavancar uma ideia.

Uma educação empreendedora em todos os níveis escolares seria, então, um forte aliado para o sucesso dos empreendimentos em geral.

O que se ganha com a educação empreendedora

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Mesmo que não ganhasse nada, o Brasil não teria o que perder. Mas, na verdade, os benefícios são inúmeros. Veja alguns exemplos:

  • Formação de pessoas com autonomia, criatividade e liderança para executarem suas ideias com sucesso.
  • Desenvolvimento de uma cultura de inovação, com pessoas que assumem desafios e riscos calculados e com consciência, sem permitirem que o medo do fracasso gere estagnação.
  • Redução do índice de mortalidade das empresas nos primeiros anos de vida, uma vez que os empreendedores estarão preparados, inclusive, para os impactos iniciais de um negócio.
  • Desenvolvimento de uma visão focada no coletivo e não nos interesses pessoais, com funcionários conscientes, responsáveis, engajados e bem preparados estrategicamente – Intraempreendedorismo.
  • Aumento da produtividade e competitividade das empresas, tirando proveito de todas as habilidade individuais de seus funcionários.

Iniciativas de sucesso

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O Brasil está engatinhando, quando o assunto é empreendedorismo na educação. Segundo os especialistas, é preciso mudar essa realidade. Um caminho seria a inclusão da matéria no currículo, em caráter complementar, ainda no ensino primário, tanto nas instituições públicas, como particulares.

A ideia seria preparar os alunos não apenas para o mundo dos negócios, mas para o cotidiano também.

É imprescindível trabalhar, na prática, as habilidades individuais das crianças e jovens, de forma que eles aprendam a usá-las para o bem pessoal e coletivo.

Afinal, nem todo mundo quer ser dono de empresa. Mas todos devem conhecer os seus potenciais e saber tirar proveito deles para os projetos pessoais e profissionais.

Isso seria o ideal, mas não é a realidade. Mesmo assim, algumas iniciativas pipocam pelo país afora.

É o caso do projeto Miniempresa, desenvolvido pela Junior Achievement, com o objetivo de despertar o espírito empreendedor entre os estudantes do ensino médio.

Com o Miniempresa, os alunos montam uma empresa, desenvolvem o produto/serviço, vendem, pagam os funcionários, distribuem os lucros e prestam conta de tudo.

Existem várias outras iniciativas isoladas de empreendedorismo na escola, gerando bons resultados.

Empreendedores que inspiram

É fato que o número de empreendimentos que não passam no teste inicial é grande, no Brasil e no mundo. Mas existem também muitos casos de sucesso que nos enchem de orgulho e são fontes de inspiração.

As startups são bons exemplos. São empreendedores que estão tirando suas ideias da cabeça e tocando negócios de sucesso. Hoje, as startups vêm se destacando, inclusive no Brasil, gerando empregos e renda.

A história de Jorge Paulo Lemann é outro exemplo inspirador. Junto com Marcel Telles e Beto Siqueira, criou um império bilionário no capitalismo brasileiro.

Por meio do fundo de investimentos 3G Capital e da Inbev, os empreendedores brasileiros compraram marcas icônicas para o consumidor americano como Budweiser, Burger King e Heinz.

Em 2017, segundo a Forbes, Jorge Paulo Lemann encabeçou a lista dos homens mais ricos do Brasil, com um patrimônio de U$ 30 bilhões. A história desse trio está registrada no livro Sonho Grande, de Cristiane Correa. Vale a pena conhecer!

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A 12Min tem vários outros resumos de livros que contam as trajetórias de sucesso de empreendedores no mundo inteiro, como Steve Jobs. Essa é uma obra fascinante.

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Inspire-se!  E muito sucesso!

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