Resumo do Livro Depois da Tempestade, de Ricardo Amorim,
Essa é uma ótima oportunidade para você revisitar a história recente do Brasil. No livro Depois da Tempestade, o autor e economista Ricardo Amorim descreve e avalia as crises e os desafios que o país enfrentou no governo petista de Dilma Rousseff (2011-2016).
Segundo ele, esse foi o período mais intenso e desafiador de toda a nossa democracia. Hoje, o que se espera é uma recuperação econômica forte e constante. Mas, para isso, o país precisa de tempo, planejamento e uma nova liderança preparada para conduzir a nação nessa travessia.
Então, vamos juntos com Ricardo Amorim revisitar os principais acontecimentos!
Sobre o autor
Ricardo Amorim é um economista e também apresentador de televisão, colunista e palestrante. Em 2015, ele foi eleito pela Revista Forbes uma das 100 pessoas mais influentes do Brasil e escolhido pelo LinkedIn como o maior influenciador brasileiro. Em 2016, recebeu os prêmios Top Voices, do LinkedIn, e Os + Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças. Atualmente, é destaque entre os influenciadores do Brasil, no LinkedIn.
O livro Depois da Tempestade
O livro de Ricardo Amorim foi lançado em 2016. São 304 páginas que ajudam a entender melhor o cenário político-econômico do Brasil, num período entre o final do governo Lula e o início do governo Dilma. O autor descreve os problemas e as crises, mas também aponta para a possibilidade de dias melhores no futuro.
No período abordado em Depois da Tempestade, o Brasil viu acabar um ciclo de crescimento, ao mesmo tempo em que eram implementadas mudanças econômicas drásticas. Tudo isso agravado por uma sucessão de erros de irresponsabilidade do governo.
O resultado não foi nada positivo para o país. Ou seja, afundamos numa crise institucional, social e econômica que culminou em mais um processo de impeachment.
A relevância do tema colocou o livro Depois da Tempestade na 15ª posição, na lista dos mais vendidos da Amazon, na categoria Macroeconomia.
Vamos entender melhor tudo isso, aos olhos de Ricardo Amorim.
2009: A história da formiga e a cigarra
As análises do livro Depois da Tempestade começam em 2009, quando o Brasil era visto como uma potência exportadora de matéria-prima, a China se tornava uma potência estabelecida e os EUA sofriam com os efeitos da crise que devastou sua economia.
Apesar de o Brasil apesar ter crescido pouco neste ano, o país conseguiu entrar de vez no famoso clube dos BRICS – termo que designava o grupo de países de economias emergentes, formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A expectativa era de que esse grupo assumiria a liderança do comércio mundial em pouco tempo.
2010: A retomada
O Brasil começou o ano de 2010 com o pé direito. Tivemos dados muito positivos do consumo das famílias, com uma ascensão enorme da população pobre para a classe média. Além disso, as exportações de matérias-primas alcançaram um patamar nunca visto. Assim, encerramos o ano com um crescimento de 7,5% do PIB e grandes esperanças.
2011 – O início do governo Dilma
Foram muitas promessas no início do mandato, entre elas, manter o conservadorismo fiscal e o tripé econômico adotado por Lula e herdado de FHC, além de dar continuidade à política de aumento do salário mínimo.
Logo no seu primeiro ano, a presidente Dilma viu-se frente a frente ao desafio de manter o crescimento industrial do país. Porém, ela não diminuiu as nossas reservas internacionais, o que demonstrou falta de visão sobre o que ocorria no setor.
Outro problema estava ligado à educação. Ou seja, o governo não tentou acabar com a má distribuição do acesso educacional. Segundo o livro Depois da Tempestade, essa é a principal causa da nossa má distribuição de renda.
A 6ª economia do mundo
O empreendedorismo brasileiro vinha caminhando a passos largos, impulsionado principalmente pelo aumento dos microempreendedores individuais (MEI’s). De acordo com o livro Depois da Tempestade, eles tiraram 6 milhões de pessoas da informalidade.
Mas o governo, de novo, não fez o dever de casa. Ou seja, era preciso proporcionar um cenário geral para essas empresas prosperarem. Por exemplo, reduzir gastos, controlar a inflação e melhorar o ambiente de negócio. Nada disso ocorreu.
O que se viu foi a entrada em campo do paternalismo estatal, com a ampliação dos subsídios que o governo deu para as grandes empresas.
No final das contas, a política afetou em cheio a nossa economia e, em 2011, o governo e os brasileiros já sentiam na pele os sintomas de uma crise que duraria anos.
2012 – Protecionismo e os pés do tripé econômico serrados
Depois da Tempestade mostra que já em 2012 nós vimos e sentimos o encarecimento dos produtos e serviços locais e a perda da capacidade de compra do brasileiro. Isso levou o nosso consumidor a cruzar fronteiras, invadindo outros países, principalmente, os Estados Unidos.
O autor revela que, o mais assustador nesse ano foram as ações do governo para serrar os pés do tripé econômico. Aquele criado em 1999, para resolver os eternos problemas de estabilidade econômica do Brasil.
O que o governo fez? Aumentou a influência sobre o Banco Central, diminuiu as taxas de juros, apesar da inflação acima da meta, e adotou medidas para controlar o câmbio – dificultando as metas de superávit primário.
Essas ações levaram a um crescimento anual medíocre de apenas 1%.
2013 – Guerra ao capitalismo e os protestos
Esse foi o pior ano para a indústria brasileira, desde 2008. As regulamentações e intervenções do Governo para limitar o lucro e atuação das empresas em diversos setores afastaram os investidores estrangeiros.
Além disso, um aumento de R$ 0,20 na tarifa do transporte público foi o estopim para uma onda de protestos pelo país afora. A população se levantou, revoltou e foi para as ruas protestar por uma série de demandas, como melhoria na educação e saúde.
O livro Depois da Tempestade afirma que a presidente Dilma estimulava o confronto às ideias de oposição ao seu governo. Ao mesmo tempo, ela não conseguiu a conciliação com líderes políticos para recolocar o país nos trilhos.
O pré-sal: muitas expectativas e pouco resultado
O país aprovou uma lei para destinar recursos do pré-sal para a educação e saúde. O que parecia uma boa solução para os problemas dessas duas åreas, não saiu o papel. Assim, ambas continuaram doentes.
A produção de petróleo também deixou a desejar em relação às expectativas, ou seja, não aumentou significativamente.
Por exemplo, entre 2009 e 2016, os EUA aumentaram sua produção petrolífera de 5 milhões de barris para 9 milhões. Já o Brasil aumentou de 2 milhões de barris para apenas 2,1 milhões, no mesmo período.
2014 – Estagnação econômica, educação frágil
O ano começa mal para o brasileiro, com aumento significativo do desemprego. Paralelamente, começamos a sofrer pesadamente com os sinais mais fracos resultantes da baixa produtividade do trabalhador brasileiro.
Além disso, como a educação financeira no Brasil é muito ruim, a maioria da população cai na tentação de gastar mais do que deve e não entende a política perversa de juros que vivenciamos desde sempre.
Assim, os níveis de endividamento começam a crescer vertiginosamente, em todas as camadas sociais.
A eleição
Como é de praxe ver nas campanhas políticas, os candidatos em 2014 prometeram muito mais do que podiam cumprir. O livro Depois da Tempestade afirma que houve muita “demagogia” e grande parte dos problemas brasileiros não foram atacados de frente.
Um país dividido
Nos últimos quatro anos do governo Dilma, o Brasil foi o país que menos cresceu na América Latina. E o pior é que, no ano de 2015, o governo precisou reajustar tarifas, que não foram aumentadas devido à eleição. E isso jogou ladeira abaixo a confiança dos empresários e dos consumidores.
O desgaste foi grande, também, para a imagem da presidente Dilma. Ou seja, apesar de ter mudado a condução da economia, ela não se mostrou disposta a mudar sua postura política.
Após o processo eleitoral, o país se dividiu como nunca. Mas boa parte boa de todo o processo eleitoral é que os brasileiros aprenderam a ser mais críticos e a acompanhar mais de perto os seus políticos.
Corte de gastos e desemprego
O governo prometeu cortes urgentes para aumentar a confiança do mercado. A ideia principal era manter uma meta de superávit das contas públicas em 1,2%. Esses cortes envolviam muitas situações desconfortáveis para o governo, como mexer na política de salário mínimo e em gastos tidos como prioritários.
Para cumprir seu objetivo, o governo aumentou a tributação em muitos setores, incluindo o Imposto de Renda sobre todos os indivíduos.
Naquela época, do total da força de trabalho, apenas 51% estavam empregadas. Os demais estavam entre os que não procuram emprego e aqueles que não conseguem renda comprovada.
A lava-jato
A operação Lava Jato é a maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro que o Brasil já teve. No primeiro momento, foram investigadas 4 organizações criminosas de doleiros.
Depois, foi a vez do Ministério Público Federal recolher provas do envolvimento da Petrobras. Grandes empreiteiras organizadas em cartel pagavam propinas para altos executivos da estatal e outros agentes públicos, há pelo menos dez anos. O processo ainda está em curso.
Círculo vicioso e perverso
Veja um resumo de como o país chegou onde chegou:
- Os políticos gastam dinheiro que não possuem para se manterem no cargo – isso causa falta de credibilidade e as pessoas compram dólares para se proteger. O preço do dólar dobra e a inflação dispara;
- O Banco Central mexe na taxa de câmbio – isso tira ainda mais a credibilidade do governo;
- O governo aumenta a taxa de juros, o que desencadeia o aumento da dívida pública e o Brasil perde o grau de investimento;
- Com juros mais caros e crédito difícil, as vendas diminuem;
- O PIB despenca e os políticos precisam gastar mais.
Atitudes para criar um círculo virtuoso
- Reduzir drasticamente os gastos públicos – isso melhoraria as contas e principalmente a credibilidade e confiança do investidor;
- O investidor pode se aproveitar das oportunidades, já que o país está relativamente barato para investir;
- Com mais investimentos, é provável que haja mais emprego e mais consumo;
- Com mais vendas, o PIB aumenta e puxa a arrecadação para cima;
- A procura por dólares cai e os produtos importados barateiam, o que diminui a inflação;
- O BC diminui a taxa de juros e estimula ainda mais o consumo;
- As contas nacionais melhoram com a maior arrecadação.
A falta de formação de novas lideranças no país
O livro Depois da Tempestade garante que grande parte dos problemas que tivemos foi ocasionada pela nossa inabilidade de propor novas agendas e reformas.
A falta de liderança da presidente, que ocasionou sua derrocada, é o maior exemplo. Ela entrou como candidata pelo partido por não haver outras opções e saiu por ter deixado o país também sem escolha.
Já os políticos oposicionistas se viram envolvidos em denúncias de corrupção. Metade dos congressistas está sendo investigada pela justiça.
O setor empresarial, por sua vez, beneficiou-se das ações estatais por muitos anos e se manteve calado. Foi uma “escolha covarde”, ao invés de manter uma postura combativa, afirma o autor.
O novo perfil de liderança que o país precisa
Depois da Tempestade enumera as qualidades essenciais de líderes para tirar o país do buraco e recolocá-lo nos trilhos do crescimento:
- valores éticos para que não se repitam episódios recentes de corrupção;
- paixão pelo propósito de vencer desafios;
- visão de longo prazo para não resolver apenas os problemas mais urgentes, mas manter o sonho das futuras gerações.
Então, você curtiu o resumo do livro Depois da Tempestade, de Ricardo Amorim? Se você quer se aprofundar um pouco mais no assunto, acesse o microbook dessa obra no 12mim.
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Como sempre fazemos, nós selecionamos um título fantástico pra você. Anote aí a nossa dica de hoje:
O Capital no Século XXI – Thomas Piketty
Nenhum livro de economia publicado nos últimos anos causou tanto impacto quanto O Capital no Século XXI. Aqui, o autor disserta sobre o choque da globalização e do desenvolvimento econômico em nossas vidas, na economia e no mundo contemporâneo.
Thomas Piketty descreve sobre a desigualdade de riqueza “espontaneamente alta” e alerta para a necessidade de se corrigir esse desvio. E a solução, garante, não virá naturalmente. Ou seja. exige mudanças na política, visando acabar com o abismo e nivelar o campo do jogo.
Enfim, Piketty, lança uma reflexão profunda sobre o capitalismo, mostrando como uma economia capitalista não controlada pode conduzir a uma grande e perigosa desigualdade entre as classes média e alta.
Cada afirmação é sustentada por dados e pesquisas extensas, como evidências de tendências anteriores e, também, com estatísticas reais. Imperdível!
Boa leitura e ótimos aprendizados!
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