Resumo do Livro O Manifesto Comunista, de Karl Marx,
“Um espectro está assombrando a Europa. É o fantasma do comunismo”. Assim escreveu o filósofo alemão Karl Marx, profeticamente, em O Manifesto Comunista, em 1848. Ou seja, cerca de 170 anos atrás e 70 anos antes da Revolução Russa finalmente levar os comunistas ao poder, naquele país.
Marx concluiu seu trabalho apelando ao proletariado no mundo inteiro para se levantar e derrubar o capitalismo e, finalmente, estabelecer uma utopia socialista mundial. “Trabalhadores do mundo se unam! Vocês não têm nada a perder, a não ser as suas correntes!”, disse.
Você pode continuar lendo aqui o resumo do livro O Manifesto Comunista ou baixar o PDF ao lado. Vamos lá!
O Manifesto Comunista
O Manifesto Comunista foi escrito por Karl Marx e Friedrich Engels, ambos famosos filósofos políticos alemães. Os autores queriam unificar os trabalhadores, defendendo uma revolução contra o capitalismo e a exploração do trabalho.
Considerado subversivo, na época do lançamento, o livro defendia o comunismo e criticava o acúmulo de capital e a exploração do trabalho. Mas foi uma obra muito lida e ainda continua em alta, por apresentar contextos históricos relacionados à origem da burguesia, do capital e da desigualdade na sociedade.
A relação entre o poder econômico e o poder político
Nas sociedades primitivas, as pessoas eram mais ou menos iguais. Afinal, o alimento somente era fornecido para as comunidades presentes. No entanto, o surgimento da agricultura trouxe mudanças. Ou seja, começa a haver abundância de alimento suficiente para ser vendido para outras pessoas.
A partir desse momento, começa-se a desenvolver uma hierarquia entre quem possuía o alimento e quem o comprava. Então, é criado o primeiro sistema de classes, onde a classe que detinha o poder econômico, também dominava o cenário político.
O livro O Manifesto Comunista lembra que, historicamente, todas as sociedades se organizaram em hierarquias complicadas com classes conflitantes. Os limites que separam essas classes estão ligados ao grau de controle sobre os modos de produção. Em essência, a classe que controla as riquezas da sociedade, também controla essa sociedade, usando sua posição para subjugar as outras classes.
Assim, a história da sociedade é a história da luta de classes.
O surgimento do capitalismo
No sistema feudal, os meios de produção (principalmente a terra) pertenciam à Coroa e aos nobres – aristocracia e igreja. Eles então controlavam as outras classes, mantendo os camponeses como servos.
No entanto, ressalta O Manifesto Comunista, esses servos experimentam mudanças a partir da industrialização do século 18. Naquela época, foram introduzidas maneiras alternativas de produção para os servos feudais, dando aos agricultores outra opção de sobrevivência: o trabalho nas fábricas.
Registra-se, então, um movimento dos agricultores para a indústria, extinguindo assim o antigo sistema social. Mas uma coisa não acabou: a opressão. Pelo contrário, afirmam os autores. surge aí uma nova e poderosa classe, que é a burguesia.
Essa transição para o sistema capitalista foi impulsionada pelo aumento da demanda de produtos e pelo crescimento da população urbana. Afinal, os camponeses foram expulsos de suas terras e precisaram pensar em uma alternativa viável de sobrevivência.
O início da indústria moderna
Os burgueses e as máquinas a vapor surgiram rapidamente, substituindo os mestres de corporações de ofício. No entanto, a hierarquia social básica continuou a mesma. Ou seja, os trabalhadores vendiam sua força de trabalho por um salário inferior à quantidade de capital que produziam.
O Manifesto Comunista ressalta que a burguesia se manteve procurando por mais dinheiro e mais mercados a serem explorados. Isso fez do capitalismo um fenômeno global e uma doutrina econômica definitiva em nossos dias.
A classe dos proletariados
A força de trabalho vale apenas para aumentar as riquezas da burguesia. Assim, de acordo com O Manifesto Comunista, trabalhadores não passam de mercadorias.
Além disso, com cada aumento na divisão de trabalho, os trabalhadores são cada vez mais insignificantes – com tarefas mais simples, menores e mais especializadas. Ao invés de pensar em indivíduos produzindo um produto inteiro, eles agora sofrem a monotonia de realizar a mesma tarefa na fábrica, o dia inteiro, por um salário minúsculo.
Como resultado do aumento da escala de produção industrial, existem mais trabalhadores do que nunca. Mas, embora os trabalhadores sejam forçados a entrar em uma competição direta, um contra o outro em termos de força de trabalho e salário, eles perceberam que só poderiam desafiar o sistema da classe burguesa, unindo-se, lembram os autores.
Então, os trabalhadores organizaram-se em sindicatos e contra a burguesia, para defender a classe e para criar uma sociedade mais justa.
A burguesia no mundo moderno
Segundo os autores do livro O Manifesto Comunista, a sociedade burguesa moderna está em um processo de mudança e extinção, numa batalha contra si. As forças produtivas modernas estão se revoltando contra as condições de produção.
Além disso, a superprodução vem gerando crises e ameaçando a existência da sociedade burguesa. Assim, em uma tentativa de reverter o quadro, a burguesia gera novas crises. O que isso tudo significa? As armas utilizadas pela burguesia para acabar com a sociedade feudal estão se voltando contra a própria classe.
O surgimento dos sindicatos
A luta contra a burguesia é lenta e começa pequena. Mas o número de apoiadores desta causa aumenta e eles percebem que precisam mais do que atacar a burguesia. Ou seja, é preciso combater também o meio de produção e conquistar nova posição.
Assim, nasceram os sindicatos, para apoiarem os trabalhadores contra a burguesia e a favor dos direitos do proletariado.
Para os autores de O Manifesto Comunista, a única classe que tem chance de vencer a burguesia é o proletariado. Todas as demais são muito conservadoras e só lutam para preservar sua existência.
Mas o proletariado não tem propriedade para reter ou se expandir.
Os comunistas querem o fim da propriedade privada
O Manifesto Comunista lembra que, embora os sindicatos estejam surgindo em todos os países e indústrias, as redes de relacionamento ainda são muito pequenas em comparação com o poder global da burguesia, com o poder econômico e suas conexões internacionais.
Assim, os comunistas internacionais decidiram representar os interesses do proletariado como uma classe global. Esses comunistas surgiram dos partidos dos trabalhadores e organizações no mundo todo.
Os comunistas propõem a extinção da propriedade privada e da família. Muitas pessoas não conseguem entender essa questão, porque acreditam que ganhar dinheiro e adquirir uma propriedade privada no capitalismo é a única coisa que motiva as pessoas a trabalharem.
No entanto, O Manifesto Comunista reforça que apenas a burguesia se beneficia do trabalho assalariado do proletariado. Ou seja, os proletariados criam o instrumento para sua própria exploração no capitalismo, garantem os autores.
Então, os planos dos comunistas são imediatos e decisivos: derrubar a burguesia, roubar o poder político e redistribuir a riqueza para todos na sociedade.
As condições de uma sociedade justa, de acordo com O Manifesto Comunista
- Desapropriação de toda propriedade e todos os aluguéis para propósitos públicos.
- Criação de um imposto pesado e progressivo, para garantir que a riqueza não se acumule e nem se concentre no topo.
- Anulação de todos os direitos de herança, para evitar concentração de riquezas entre pessoas que já são prósperas.
- Confisco das propriedades dos imigrantes em seus países de origem, como também daqueles que tentam controlar o proletariado.
- Monopólio do crédito, por meio de um banco nacional, com capital do Estado, uma vez que as instituições de crédito vivem em função do capital e não produzem coisa alguma.
- Centralização do transporte nas mãos do Estado.
- Utilização dos instrumentos de produção, que agora são do Estado, para cultivar as terras abandonadas e para melhorar o solo.
- Estabelecimento de exércitos industriais, especialmente para a agricultura.
- Distribuição igualitária da população, para eliminar gradualmente as diferenças entre a cidade e o campo.
- Implantação de uma educação gratuita em escolas públicas e abolição das fábricas que utilizam trabalho infantil.
Oposição ao comunismo
O plano dos comunistas era radical e a reação contrária também veio em dose forte. Veja três principais críticas e a defesa dos comunistas, segundo O Manifesto Comunista:
O comunismo trabalha contra a família
Defesa: Os autores afirmam que as famílias já foram arruinadas pelo capitalismo. Por exemplo, com mães que trabalham 60 horas por semana e crianças escravizadas em fábricas e reduzidas a simples mercadorias. O comunismo propõe que a educação seja livre da influência das classes dominantes, defendem o autores.
O comunismo tira a nacionalidade dos trabalhadores
Defesa: Mas a verdade é que os trabalhadores já não possuem nacionalidade. O Manifesto Comunista afirma que eles não são representados pelos grandes valores e histórias atribuídas aos nacionalistas de suas nações. Ao invés disso, são representados por sua força de trabalho e posição como sujeitos oprimidos.
O comunismo pretende destruir a religião
Defesa: Essa crítica é verídica! O comunismo trabalha para substituir os padrões morais existentes, já que eles foram criados pelas relações de poder opressivas da nossa sociedade capitalista. Tradicionalmente, o principal propósito da religião é apoiar as classes dominantes.
Enfim, para os autores, todas as críticas são “hipócritas e inválidas”. Elas provam que muitas pessoas ainda não entenderam as causas e demandas do movimento dos trabalhadores.
Frases famosas de Karl Marx
Marx foi uma personalidade polêmica: elogiado e criticado. Mas ele tem sido descrito como uma das figuras mais influentes na história da humanidade, inspirando intelectuais, sindicatos e partidos políticos em todo mundo. Nós selecionamos 10 citações dele para ajudar você a tirar suas próprias conclusões:
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Agora, como sempre fazemos, vamos encerrar o nosso post com uma sugestão de leitura, que certamente você vai adorar. Anote aí!
O Príncipe – Nicolau Maquiavel
Desde 1513, quando o livro foi escrito, muita coisa mudou. Os principados deram lugar a estados nacionais. O feudalismo virou capitalismo. O absolutismo deu lugar a repúblicas. O poder do papa diminuiu e a democracia aumentou. Mas uma coisa não mudou: o espírito humano. Muitas das ideias deste microbook podem facilmente ser levadas para a atualidade e vistas na política e no mundo dos negócios atuais.
Boa leitura e ótimos aprendizados!
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